Uma ofensiva aérea massiva, retaliação com drones, riscos de guerra regional e o colapso das negociações nucleares: entenda por que o conflito entre Israel e Irã em junho de 2025 é uma faísca capaz de incendiar o sistema internacional.

O Mundo em Estado de Alerta
Na madrugada de 13 de junho de 2025, Israel desencadeou a “Operação Leão Ascendente”: mais de 200 caças atravessaram o céu do Oriente Médio para atingir mais de 100 alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares, bases militares e residências de figuras-chave do regime. Entre os mortos estão o comandante da Guarda Revolucionária Hossein Salami, o general Mohammad Bagheri e diversos cientistas nucleares. Também há relatos de civis, mulheres e crianças, entre os mortos e feridos.
Horas depois, o Irã retaliou com o lançamento de mais de 100 drones contra Israel, a maioria interceptados. O aiatolá Ali Khamenei prometeu uma “resposta dura e decisiva”, e a possibilidade de uma declaração formal de guerra começa a circular entre analistas.

As Raízes do Conflito
A rivalidade entre Israel e Irã remonta à Revolução Islâmica de 1979, quando o novo regime teocrático iraniano passou a tratar Israel como um inimigo existencial. Desde então, o Irã apoia grupos como Hamas e Hezbollah, enquanto Israel observa com crescente preocupação o avanço do programa nuclear iraniano.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã possui cerca de 4.000 kg de urânio enriquecido a 60% — suficiente para produzir até 10 ogivas nucleares se o material for levado a 90%. Em 12 de junho de 2025, a AIEA aprovou uma resolução condenando oficialmente o Irã por violações do acordo de não proliferação — a primeira condenação formal em 20 anos.
Israel interpretou o gesto como a última confirmação de que o Irã cruzou um “ponto sem retorno”. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a ofensiva foi uma ação preventiva para impedir o que seria a iminente aquisição da bomba atômica por Teerã.

O Ataque em Detalhes
A “Operação Leão Ascendente” foi uma das maiores ofensivas israelenses desde 2006. Em cinco ondas de ataques, foram lançadas cerca de 330 munições em alvos como:
- Instalações nucleares: o centro de enriquecimento de Natanz, o reator de água pesada em Khandab, e laboratórios em Tabriz.
- Infraestrutura militar: bases da Guarda Revolucionária em Teerã, Khorramabad e Isfahan.
- Residências de alvos estratégicos: mortes confirmadas de altos generais e cientistas, como Fereydoun Abbasi e Mohammad Mehdi Tehranchi.
Mais de 50 civis foram feridos em Teerã, segundo a Al Jazeera, incluindo pelo menos 35 mulheres e crianças.
A Retaliação Iraniana
O Irã não demorou a responder. Mais de 100 drones foram lançados contra território israelense, embora a maior parte tenha sido abatida por sistemas de defesa como o Domo de Ferro. O aiatolá Khamenei declarou que “a punição será severa”, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, culpou diretamente os EUA pela escalada.
O Hezbollah e o Hamas também condenaram os ataques e sugeriram possível envolvimento em caso de guerra declarada. Fontes sugerem que uma resposta maior pode estar em curso, com o Irã considerando abrir múltiplas frentes através de seus aliados regionais.

Colapso Diplomático e Reação Global
As negociações nucleares entre EUA e Irã, que seriam retomadas em 15 de junho com mediação de Omã, estão ameaçadas. O presidente Donald Trump afirmou que os EUA não participaram diretamente dos ataques, mas reafirmou o direito de Israel à autodefesa. A ONU pediu contenção imediata.
Outros países reagiram com cautela:
- Austrália: expressou “alarme”.
- China: pediu que seus cidadãos evitem viagens à região.
- Rússia e Turquia: observam com preocupação e podem explorar a instabilidade.
Impacto Global: Petróleo, Ouro e Caos
Os mercados reagiram imediatamente:
- O petróleo Brent subiu 9%, ultrapassando os US$76 por barril.
- O ouro atingiu valores recordes na Índia.
- Bolsas asiáticas despencaram, com o índice Nikkei caindo mais de 1,5%.
A preocupação é que um conflito mais amplo envolva os 40 mil soldados americanos na região, especialmente os 4 mil presentes no Iraque e na Síria.
Possível Escalada: Guerra Regional?
O risco de uma guerra total é real. O Irã pode acionar o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza e milícias no Iêmen, Iraque e Síria. A Arábia Saudita e a Turquia, rivais e aliados em diferentes contextos, também poderiam se envolver.
Se o Irã abandonar os limites de enriquecimento e acelera seu programa atômico, o mundo pode estar diante de um novo cenário de proliferação nuclear.
Análise Final: O Futuro em Jogo
Israel apostou tudo em um ataque preventivo. O Irã promete reagir com força. Mas o preço pode ser alto demais para o mundo inteiro.
Com o Oriente Médio em combustão e as potências globais tentando conter danos, a guerra de junho de 2025 já é um divisor de águas. Para o Atlas da Desordem, o conflito representa não apenas mais uma crise regional, mas um ponto de inflexão no equilíbrio global do poder.
Tabela-Resumo da Crise
Aspecto | Detalhes |
---|---|
Data dos Ataques | 13 de junho de 2025 |
Operação | Leão Ascendente |
Alvos Principais | Natanz, Tabriz, Teerã, bases e residências militares |
Mortes Confirmadas | Hossein Salami, Bagheri, cientistas nucleares, civis |
Retaliação Iraniana | 100+ drones, ameaça de escalada |
Reação Internacional | EUA apoia Israel, ONU pede contenção, mercados em colapso |
Riscos | Guerra regional, colapso diplomático, proliferação nuclear |
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