Você já parou para pensar por que algumas pessoas se sentem mais seguras em seus relacionamentos, enquanto outras vivem com medo de serem abandonadas ou preferem manter uma certa distância? A resposta pode estar nos tipos de apego, um conceito fundamental que se desenvolve na nossa primeira infância e continua a influenciar nossas interações por toda a vida.
Basicamente, o tipo de apego é um padrão de como nos relacionamos com os outros, especialmente em momentos de necessidade ou estresse. Ele é formado pela forma como nossos cuidadores (geralmente pais) responderam às nossas necessidades emocionais e físicas quando éramos bebês e crianças. Mas não se preocupe, entender o seu estilo e o dos outros é o primeiro passo para ter relações mais saudáveis!
Vamos conhecer os principais:

1. Apego Seguro: A Base da Confiança
Quem tem um apego seguro geralmente teve cuidadores que foram sensíveis e responsivos às suas necessidades. Isso cria uma sensação de que o mundo é um lugar relativamente seguro e que os outros são confiáveis.
No dia a dia: Pessoas com apego seguro se sentem confortáveis com a intimidade e a interdependência. Elas confiam em seus parceiros, conseguem expressar suas necessidades e sentimentos de forma aberta, e não têm medo de ficarem sozinhas ou de serem abandonadas. São resilientes em face de conflitos e tendem a ter relacionamentos mais estáveis e satisfatórios.
2. Apego Ansioso-Preocupado: A Busca por Validação
Este estilo muitas vezes se desenvolve quando os cuidadores eram inconsistentes nas suas respostas – às vezes presentes e sensíveis, outras vezes distantes ou intrusivos. Isso gera uma incerteza sobre a disponibilidade do outro.
No dia a dia: Quem tem um apego ansioso-preocupado tende a buscar muita proximidade e validação nos relacionamentos, às vezes de forma intensa. Podem ter medo constante de serem abandonadas, serem muito sensíveis à rejeição, e interpretar pequenos sinais como prova de que não são amadas. Isso pode levar a um ciclo de insegurança e de “grudar” no parceiro, o que, ironicamente, pode afastá-lo.
3. Apego Evitativo-Desapegado: A Fuga da Intimidade
O apego evitativo-desapegado surge geralmente de cuidadores que foram consistentemente indiferentes ou rejeitaram as necessidades da criança, encorajando a independência precoce. A criança aprende que expressar emoções não é seguro e que é melhor contar apenas consigo mesma.
No dia a dia: Pessoas com apego evitativo-desapegado valorizam muito a independência e o espaço pessoal. Elas podem ter dificuldade em expressar emoções ou em se conectar profundamente com os outros. Muitas vezes, evitam a intimidade emocional e física, podem parecer distantes ou “frias”, e se sentem desconfortáveis quando o parceiro busca muita proximidade. Preferem resolver seus problemas sozinhas e podem se fechar quando confrontadas com emoções intensas.
4. Apego Desorganizado: A Montanha-Russa Emocional
Este é o tipo mais complexo e pode ser resultado de experiências traumáticas ou de cuidadores que eram tanto uma fonte de conforto quanto de medo (por exemplo, abusivos ou negligentes). A criança não tem uma estratégia coerente para lidar com o estresse porque o cuidador é imprevisível.
No dia a dia: Quem tem um apego desorganizado apresenta um mix de comportamentos ansiosos e evitativos. Querem intimidade, mas têm medo dela. Podem ser imprevisíveis, ter explosões emocionais, dificuldade em regular suas emoções e podem enviar sinais mistos aos parceiros. Seus relacionamentos podem ser intensos e cheios de altos e baixos, refletindo a confusão interna sobre a segurança e a conexão.
E agora?
É importante lembrar que esses são padrões e que todos nós podemos ter traços de mais de um tipo, dependendo da situação ou da pessoa. O mais legal de entender os tipos de apego é que eles não são uma sentença! Com autoconhecimento, terapia e relacionamentos saudáveis, é possível trabalhar em direção a um apego mais seguro, que é a base para uma vida mais plena e conectada.
Conhecer esses padrões nos ajuda a entender melhor a nós mesmos e aos outros, a desenvolver mais empatia e a construir relações mais fortes e significativas. Afinal, quem não quer um pouquinho mais de segurança e conexão na vida, não é?
O vídeo acima do canal Atlas da Desordem, fala mais sobre o tema.
O que você achou? Qual dos estilos de apego mais se assemelham ao seu? Nenhum? Deixa nos comentários, gostaríamos muito de saber.